
Capitães da Areia, de Jorge Amado
Capitães da Areia, publicado em 1937, é uma obra emblemática da literatura brasileira que retrata a vida de um grupo de crianças órfãs em Salvador, conhecidas como os "Capitães da Areia". O livro aborda temas como a marginalização, a pobreza e a violência, enquanto acompanha as aventuras e desventuras desses jovens nas ruas da cidade. Ao mesmo tempo que apresenta a dura realidade social do Brasil da época, a obra também celebra a solidariedade, a amizade e a resiliência dessas crianças ao enfrentarem adversidades.
O livro foi alvo de censura por parte do Estado Novo de Getúlio Vargas, que pouco tempo após o lançamento queimou, em Salvador, 1800 livros, dos quais 90% eram da autoria de Jorge Amado, sendo que 808 eram exemplares de Capitães de Areia.
Jorge Amado
Jorge Amado nasceu em Itabuna, na Baía, a 10 de agosto de 1912. Foi um dos mais célebres escritores brasileiros do século XX, conhecido pela sua narrativa rica e envolvente, capaz de capturar a essência e cultura do seu país.
Formou-se em Direito, mas foi na escrita que encontrou a sua verdadeira paixão. Além de romancista, Jorge Amado foi um importante militante político, tendo sido membro do Partido Comunista Brasileiro, o que o levou a ser detido duas vezes. A sua obra reflete o seu envolvimento em causas sociais, denunciando as desigualdades e injustiças presentes na sociedade brasileira.
Ao longo da sua vida, recebeu diversos prémios, entre eles o Prémio Camões, em 1994, considerado o mais importante prémio literário da língua portuguesa.