Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós 

O Crime do Padre Amaro é uma das obras de Eça de Queirós mais conhecidas internacionalmente, tendo introduzido o realismo literário em Portugal. O romance foi inicialmente publicado em folhetins na Revista Ocidental e, mais tarde, em 1975, foi publicado em volume pela então Livraria Chardron. 
O livro conta a história de amor proibido entre Amaro, jovem padre recém-chegado a Leiria, e Amélia, filha da dona da pensão que o acolhe, e constitui uma denúncia do autor da corrupção moral da sociedade da época, sobretudo, o clero. Devido à sua temática, a obra foi alvo de contestação por parte da Igreja Católica e foi proibida em salas de aula portuguesas.

Eça de Queirós

Eça de Queirós nasceu na Póvoa de Varzim, a 25 de novembro de 1845. É considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da prosa literária portuguesa. Estudou Direito em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, iniciou a sua experiência jornalística e, juntamente com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa.
Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi devido à sua experiência no estrangeiro e ao seu distanciamento crítico que nasceu grande parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa e de onde se destacam O Primo Basílio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima.