O Canto e as Armas, de Manuel Alegre

O Canto e as Armas, publicado em 1967, reúne poesia de combate de Manuel Alegre. Por tocar em temas como a liberdade, a opressão política da ditadura, a guerra colonial, a emigração e o exílio, a obra foi censurada. Em 1970, a sua mãe encarregou-se de imprimir 2000 cópias do livro, que em apenas 6 dias esgotaram. Poemas deste livro foram cantados por vários artistas, entre eles Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luís Cília, convertendo-se em símbolos antifascistas.

Manuel Alegre

Nasceu a 12 de maio de 1936, em Águeda.  Estudou Direito, na Universidade de Coimbra, onde participou ativamente nas lutas académicas. Enquanto cumpria o serviço militar em Angola, tomou parte na primeira tentativa de rebelião contra a guerra colonial, o que o levou a ser preso pela PIDE e, consequentemente, exilado em Argel. 
Em 1964, exilou-se em França, onde continuou a luta pela democracia e pela justiça social. Após o 25 de abril de 1974, Manuel Alegre regressou a Portugal e envolveu-se ativamente na vida política, tornando-se uma figura proeminente do Partido Socialista. 
A sua poesia, influenciada pelas suas vivências, aborda temas como a liberdade, a resistência, a solidariedade e a esperança.