Depois de 100 dias a ler, a Livraria Lello revela os prémios dos “Contos da Quarentena”
Durante o confinamento, a Livraria Lello podia apenas ter convidado os seus leitores a ler. Podíamos apenas termo-nos refugiado neste recolhimento e esperado por melhores dias. Podíamos, mas não é quem somos. Se, pela primeira vez em 114 anos tivemos que fechar portas, logo abrimos um postigo para a rua para oferecer livros (oferecer, não vender) aos nossos fiéis leitores, e abrimos uma janela para o mundo, convidando leitores de todo o mundo a serem autores e a contarem-nos sobre a quarentena, vivida ou imaginada, angustiante e desafiante, individual ou coletiva.
Ao lançar este desafio, sabíamos bem que havia em muitos leitores – sempre a há, ainda mais nestas circunstâncias que nos fazem estar em permanente estado de perplexidade - uma sede de escrever que o tempo, o espaço e o tema trazido pelos confinamentos pandémicos, tornaria ainda maior. Todavia, não pensámos nunca que a resposta fosse tão avassaladora. Mais de 5.600 candidaturas vindas de 39 países, que demoraram quase cem dias a ler.
Reabrimos ainda mais Livraria, ainda mais personalizada, ainda mais santuário de cada pessoa que nos visita, proporcionando visitas acompanhadas por livreiros e cada um a todos os que franquearam essas portas finalmente reabertas. E foram tantos a ter a audácia de sair de casa para ir ter com os livros. Visitas guiadas sempre esgotadas, com os portugueses a provarem que sabem bem “ir par fora cá dentro” e que, nessa peregrinação que os desconfina e lhes devolve o tanto que são, sabem que a melhor forma de ir mesmo para fora é ir a uma livraria e comprar um livro. E claro, se podemos ir à livraria mais bonita do mundo, porque nos haveríamos de poupar a esse deleite? Mesmo com os severos limites sanitário que nos impusemos, foram milhares leitores a visitarem-nos em junho, mês em que oferecemos a entrada a todos os nossos leitores, celebrando o nosso São João dos Livros.
O concurso literário “Contos da Quarentena” veio revelar novas e originais vozes de Portugal como da Austrália; da Etiópia, como do Uruguai; do Dubai como de Israel; da Noruega como de Angola, em números e origens absolutamente surpreendentes, que ultrapassaram as nossas melhores expectativas, e que, segundo os dados que detemos no momento, colocam este prémio como o mais participado prémio literário lançado em Portugal, e como um dos mais participados no mundo.
É nesta sexta, dia 25 de setembro, às 21h30, 5 meses depois de ser lançado, que ficamos a conhecer os grande vencedores do Prémio “Costos da Quarentena”, sendo que alguns deles estarão mesmo presentes na Livraria Lello para, com o júri, nos contarem que quarentena foi esta?, que quarentena é esta; que quarentena pode ser esta?. Também, nesta noite, o júri partilhará connosco como foi ler esta avalanche de novos contos e como conseguiram eles “sobreviver” a esta pandemia contada que, para ser lida, os confinou no desconfinamento a ler sobre o confinamento nos quatro cantos do mundo.
Prémio Livraria Lello “Contos da Quarentena”: 5600 candidaturas oriundas de 39 países
Alemanha, Angola, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Bruxelas, Cabo Verde, Canadá, China, Costa do Marfim, Dubai, Equador, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, Etiópia, França, Grécia, Holanda, Índia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Moçambique, Noruega, Nova Zelândia, Perú, Portugal, Reino Unido, Sérvia, Suíça, Turquia e Uruguai.