Livraria Lello sugere…
O amor combina com livros. É, ao mesmo tempo, o tema mais comum e o mais controverso da Literatura. Para ler ou reler no mais apaixonado dos meses, os livreiros da Livraria Lello sugerem três obras nas quais o amor é retratado nas suas diferentes formas… nem sempre um conto de fadas, nem sempre uma grande tragédia.
Madame Bovary, Gustave Flaubert
Naquele que é considerado «o romance dos romances», Flaubert conta-nos a história de Emma Bovary – primeira anti heroína do realismo –, e da sua busca por uma paixão verdadeiramente arrebatadora. Conta-nos também sobre o amor incondicional de Charles Bovary por esta mulher, que apenas se desfaz com a morte.
Ode ao fascínio do enamoramento, mas também à espiral de desespero fruto de uma eterna insatisfação, Madame Bovary é a obra-prima do autor que inclui, pela primeira vez, a crueza, a violência e o erotismo, num novo conceito de romance moderno.
O livro foi tão vanguardista para a época que levou Flaubert aos tribunais, acusado de ofensa à moral e à religião. Na edição da obra publicada pela Livraria Lello podem ler-se passagens dos depoimentos do autor a propósito desse processo judicial. "Emma Bovary c'est moi" (Emma Bovary sou eu) é uma das mais célebres frases de Flaubert, proferida neste contexto.
A cada parágrafo desta obra imperdível, o leitor experimenta novas emoções e é levado a vivenciar os medos, os amores, os conflitos e as paixões dos personagens.
[DISPONÍVEL AQUI]
Don Quijote de la Mancha, Miguel Cervantes
A imortal história do "Cavaleiro da Triste Figura", que acompanhado pelo seu fiel escudeiro, Sancho Pança, avança por montes e vales, lutando contra moinhos de vento e outros inimigos imaginários em nome da justiça e do amor. Como começa esta aventura? Com um fidalgo, já de certa idade, que se entrega à leitura, perde o juízo, acredita na veracidade das histórias que lera e decide tornar-se um cavaleiro andante.
O encanto desta obra nasce deste descompasso entre o idealismo do protagonista e a realidade na qual ele atua. E é também neste descompasso que é abordado o tema do amor. Encarnação da "beleza e da virtude", Dulcineia de Toboso é a dama a quem o nobre cavaleiro Dom Quixote dedicará as suas vitórias. Descrita pelo seu apaixonado como a mais bela das mulheres, consta que esta personagem imaginária se inspira em Aldonza Lorenzo, uma simples camponesa, cuja fisionomia não era tão atraente quanto Dom Quixote descrevia.
Don Quijote de la Mancha afirma-se como o clássico fundador do romance moderno ao satirizar os romances de cavalaria em voga ao longo dos séculos XVI e XVII. O seu humor, as digressões e reflexões, a oralidade nas falas e a metalinguagem marcaram o fim da Idade Média e o início de uma nova era na Literatura.
[DISPONÍVEL AQUI]
The Great Gatsby, F. Scott Fitzgerald
O romance publicado por F. Scott Fitzgerald, em 1925, é um retrato dos Estados Unidos da América nos turbulentos anos 20. A obra acompanha a história de um amor cuja concretização depende, em grande medida, da realização financeira do personagem principal, Jay Gatsby.
Movido pela sua paixão de juventude por Daisy Buchanan, Gatsby faz de tudo para enriquecer, e assim corresponder às expectativas da amada. De facto, pela exibição ruidosa da sua recém-adquirida fortuna, consegue reaproximar-se de Daisy, mas este romance está longe de ter um final feliz.
A obra é uma visão desencantada das assimetrias sociais do período após a Primeira Guerra Mundial, contrastando com a euforia da vitória: a pobreza de muitos, o enriquecimento repentino e inexplicado de alguns, o emergir do crime organizado, a corrupção.
Aquando da sua publicação, o livro, que é hoje considerado um dos grandes clássicos da literatura americana, não mereceu grande atenção dos leitores. Só vinte anos mais tarde foi redescoberto pelo mundo, com a confiança renovada na Humanidade gerada pelo fim da Segunda Guerra Mundial. (Re)descubra-o também!
[DISPONÍVEL AQUI]