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23 de abril de 2022
O mundo virtual dá ao livro o protagonismo que merece?
Por Ler é Essencial
2022 começou com notícias pouco animadoras: em 2020, 61% dos portugueses não leram um único livro. Esta é uma das várias conclusões do Inquérito às Práticas Culturais dos Portugueses 2020, encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, confirmando que os hábitos de leitura da população se encontram muito abaixo do esperado, do desejável e do necessário. No entanto, no final do primeiro trimestre, a desesperança foi ligeiramente atenuada com a informação divulgada pela Gfk, que fez um estudo à análise ao comportamento do setor da leitura e no qual abrangeu nove países. Segundo a consultora, o setor do livro sofreu um aumento de 16,6% em 2021, comparativamente ao ano anterior.
Mas o contacto com o Livro não se restringe à aquisição e à leitura. Nos dias que correm, a tecnologia permite que as pessoas estejam em contacto permanente com o Livro e que tenham acesso imediato ao que precisam e ao que procuram. Na visita a uma livraria online, encontram uma vastíssima seleção de livros, promoções e sugestões. Numa pesquisa rápida em sites informativos, uma panóplia variadíssima de eventos literários. Numa leitura temática de sites e revistas online, críticas e notícias sobre novos livros e escritores. E, por último, numa passagem pelas redes sociais, um sem-fim de sugestões de leitura. Se, na primeira década do ano, estudos apontavam para o facto de uma notícia de jornal ser sete vezes mais credível que uma página de publicidade, hoje em dia é preciso considerar-se que este novo fenómeno de boca-a-boca digital tem um impacto muito grande na visibilidade de novos títulos, autores e, claro, do Livro, colocando-se como uma fonte de informação cuja credibilidade é equiparável à de uma notícia de um jornal.
Segundo um estudo do IPAM sobre a cultura Pop, divulgado esta semana, 91% das pessoas acede a sites, blogues ou redes sociais para encontrarem dicas sobre o que podem ler. Qualquer pessoa que utilize redes sociais facilmente encontrará sugestões de leitura nos mais variados formatos: sejam fotografias, conteúdos multimédia ou textos em publicações, stories, reels ou vídeos, os livros estão à espera de ser sugeridos e de ser selecionados.
As redes sociais, para além de abrirem canais de comunicação entre as empresas e as pessoas, e as pessoas e as empresas, vieram aproximar as pessoas entre si. É fácil encontrarmos fóruns, canais, páginas e perfis com pessoas com quem partilhamos esta paixão pelo Livro e nos quais facilmente somos integrados. Por um lado, as instituições (sejam elas editoras, livrarias ou bibliotecas, entre outros) encontram nestes espaços, através do Marketing digital, a possibilidade de manter um espaço de diálogo aberto e bidirecional, com a dinamização de atividades variadas: para além da promoção de títulos, autores e eventos, é possível proporcionar encontros online com autores e entre leitores, como os clubes de leitura, ou lançamentos de livros que permitem que leitores assistam remotamente.
Por outro lado, as redes sociais permitem que o consumidor tenha uma voz cada vez mais ativa. Tal como um momento especial com amigos é partilhado nas várias plataformas, também o Livro surge como uma sugestão igualmente especial que o leitor faz questão em partilhar. Porque o leitor não apenas lê. Ocupa o seu tempo com rituais de leitura, visitas a livrarias e a bibliotecas, participação em eventos, dinamização de ações online com outros leitores, participação em sessões de autógrafos e muito, muito mais. Estes rituais são partilhados nas várias plataformas e são alvo de uma enorme interação por parte dos seguidores e utilizadores.
Quando juntamos as oportunidades técnicas que as redes sociais trouxeram, o alcance que têm e o impacto que têm junto dos restantes ao entusiasmo que todos aqueles que contactam com o livro diariamente, entendemos que o Livro continuará muito presente no dia a dia das pessoas e que as ações realizadas naquele a que chamamos o mundo real são fortalecidas por aquilo que surge na Internet. Quem sabe se esta paixão pelo Livro se torna uma das principais tendências na Web e ajuda a corrigir os índices de leitura no nosso país? Seja a curto, médio e longo prazo, o importante é haver uma união e concertação na divulgação do Livro para, como afirma Irene Vallejo no Manifesto pela Leitura, darmos ao livro o protagonismo que merece.
2022 começou com notícias pouco animadoras: em 2020, 61% dos portugueses não leram um único livro. Esta é uma das várias conclusões do Inquérito às Práticas Culturais dos Portugueses 2020, encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, confirmando que os hábitos de leitura da população se encontram muito abaixo do esperado, do desejável e do necessário. No entanto, no final do primeiro trimestre, a desesperança foi ligeiramente atenuada com a informação divulgada pela Gfk, que fez um estudo à análise ao comportamento do setor da leitura e no qual abrangeu nove países. Segundo a consultora, o setor do livro sofreu um aumento de 16,6% em 2021, comparativamente ao ano anterior.
Mas o contacto com o Livro não se restringe à aquisição e à leitura. Nos dias que correm, a tecnologia permite que as pessoas estejam em contacto permanente com o Livro e que tenham acesso imediato ao que precisam e ao que procuram. Na visita a uma livraria online, encontram uma vastíssima seleção de livros, promoções e sugestões. Numa pesquisa rápida em sites informativos, uma panóplia variadíssima de eventos literários. Numa leitura temática de sites e revistas online, críticas e notícias sobre novos livros e escritores. E, por último, numa passagem pelas redes sociais, um sem-fim de sugestões de leitura. Se, na primeira década do ano, estudos apontavam para o facto de uma notícia de jornal ser sete vezes mais credível que uma página de publicidade, hoje em dia é preciso considerar-se que este novo fenómeno de boca-a-boca digital tem um impacto muito grande na visibilidade de novos títulos, autores e, claro, do Livro, colocando-se como uma fonte de informação cuja credibilidade é equiparável à de uma notícia de um jornal.
Segundo um estudo do IPAM sobre a cultura Pop, divulgado esta semana, 91% das pessoas acede a sites, blogues ou redes sociais para encontrarem dicas sobre o que podem ler. Qualquer pessoa que utilize redes sociais facilmente encontrará sugestões de leitura nos mais variados formatos: sejam fotografias, conteúdos multimédia ou textos em publicações, stories, reels ou vídeos, os livros estão à espera de ser sugeridos e de ser selecionados.
As redes sociais, para além de abrirem canais de comunicação entre as empresas e as pessoas, e as pessoas e as empresas, vieram aproximar as pessoas entre si. É fácil encontrarmos fóruns, canais, páginas e perfis com pessoas com quem partilhamos esta paixão pelo Livro e nos quais facilmente somos integrados. Por um lado, as instituições (sejam elas editoras, livrarias ou bibliotecas, entre outros) encontram nestes espaços, através do Marketing digital, a possibilidade de manter um espaço de diálogo aberto e bidirecional, com a dinamização de atividades variadas: para além da promoção de títulos, autores e eventos, é possível proporcionar encontros online com autores e entre leitores, como os clubes de leitura, ou lançamentos de livros que permitem que leitores assistam remotamente.
Por outro lado, as redes sociais permitem que o consumidor tenha uma voz cada vez mais ativa. Tal como um momento especial com amigos é partilhado nas várias plataformas, também o Livro surge como uma sugestão igualmente especial que o leitor faz questão em partilhar. Porque o leitor não apenas lê. Ocupa o seu tempo com rituais de leitura, visitas a livrarias e a bibliotecas, participação em eventos, dinamização de ações online com outros leitores, participação em sessões de autógrafos e muito, muito mais. Estes rituais são partilhados nas várias plataformas e são alvo de uma enorme interação por parte dos seguidores e utilizadores.
Quando juntamos as oportunidades técnicas que as redes sociais trouxeram, o alcance que têm e o impacto que têm junto dos restantes ao entusiasmo que todos aqueles que contactam com o livro diariamente, entendemos que o Livro continuará muito presente no dia a dia das pessoas e que as ações realizadas naquele a que chamamos o mundo real são fortalecidas por aquilo que surge na Internet. Quem sabe se esta paixão pelo Livro se torna uma das principais tendências na Web e ajuda a corrigir os índices de leitura no nosso país? Seja a curto, médio e longo prazo, o importante é haver uma união e concertação na divulgação do Livro para, como afirma Irene Vallejo no Manifesto pela Leitura, darmos ao livro o protagonismo que merece.
SOBRE OS AUTORES:
A campanha Ler é Essencial foi desenvolvida pela Bertrand Editora, com o intuito primordial de assinalar a importância do livro como bem essencial e de continuar a promover a cultura e os hábitos saudáveis de leitura no nosso país. A campanha Ler é Essencial surgiu em resposta às dificuldades observadas nos últimos anos com o crescimento exponencial do setor tecnológico, nomeadamente das redes sociais e das plataformas de streaming, com os fracos índices de literacia no nosso país e com a falta de apoios de incentivo à leitura.