Vestígios da história da Livraria Lello
No rés-do-chão da Livraria, um trilho de carris e respetivo carrinho de transporte despertam a curiosidade dos visitantes. São testemunhos da história da Livraria Lello enquanto editora. Desde 1906 até ao início dos anos 90, este era o método usado para transportar livros da cave, onde ficava um armazém, até ao rés-do-chão, e daí até à porta de entrada. O carrinho que hoje faz parte da decoração atual é uma réplica daquele que originalmente existiu.
Dentro das vitrines, também no rés-do-chão, encontram-se livros muito especiais. Fazem parte do nosso espólio e preservam a memória de editoras e livrarias históricas às quais pertenceram e cujos fundos editoriais foram adquiridos pela Livraria Lello, ao longo do tempo, tais como a Livraria Internacional de Ernesto Chardron e a Livraria Lemos & Cª.
Aquando das últimas grandes obras de conservação e restauro, entre 2017 e 2018, foram encontrados mais vestígios históricos: bilhetes de lotaria nos balcões e prateleiras da Livraria Lello. As cautelas haviam sido coladas por vários livreiros, ao longo dos anos, na esperança de repetirem a história de sorte de Ernesto Chardron, que em 1869 usou o prémio da lotaria para abrir uma livraria. Começou aí a ser desenhada a história da Livraria Lello que, anos mais tarde, abriria portas com todo o destacado espólio da Livraria Internacional de Ernesto Chardron, do qual faziam parte os direitos de edição de grandes vultos da literatura nacional, como Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco. Para dar continuidade a esta corrente de sorte, desde 2018 que, no mês de janeiro, é sorteada uma edição especial da Lotaria Clássica, comemorativa do aniversário da Livraria Lello, e uma nova cautela é exposta nos nossos balcões.