Primeira edição do fac-símile do códice do século XVI, guardado no Arquivo Nacional-Torre do Tombo. Publicado em 1956, rapidamente esgotou, tornando-se uma obra de grande raridade. De inegável beleza, o Livro do Armeiro Mor, encomendado pelo monarca D. Manuel, deslumbra pelas suas 128 iluminuras, da autoria do Rei de Armas, Jean du Cros. Este armorial – compilação das armas heráldicas – revela-se de uma grande importância histórica, com contributos para a genealogia, heráldica e diplomática. A obra é assim designada por ser entregue à guarda do Armeiro-Mor D. Álvaro da Costa, mantendo-se na sua família por mais de dez gerações. De facto, esta seria uma das razões pelas quais o Livro do Armeiro-Mor escapou ao grande Terramoto de 1755, que destruiu, entre tantas outras coisas, o Cartório da Nobreza. É, por isso, o mais antigo armorial a chegar aos nossos dias, tendo servido de base às publicações posteriores. Este exemplar, com encadernação editorial em pele gravada a ouro, Evoca o mundo de cor, luz e arabescos que conduzirão o leitor até ao reinado do Venturoso. Considerado como uma verdadeira obra-prima da iluminura portuguesa, apenas igualável no seu valor artístico e cultural a códices como o Apocalipse do Mosteiro do Lorvão (1189), Bíblia dos Jerónimos (séc. XV) ou ao Livro de Horas de D. Manuel (c. 1517-1538).