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08 de março de 2022
Virginia Woolf e o papel da mulher na literatura
Por Sara Lutas
Salvo raras exceções, a presença da mulher na literatura foi, maioritariamente, moldada pela visão e linguagem do homem. Musas, mães, irmãs, amantes, peças decorativas, símbolos emotivos de virtude, mas também de perversão e fraqueza, estas personagens e referências que povoam as páginas mais lidas de sempre «serviam de espelho mágico, com o poder tentador de refletir a figura do homem com o dobro do seu tamanho». Estas palavras de Virginia Woolf, proferidas numa palestra sobre o papel da mulher na literatura, trazem à luz uma evidência inegável: a imagem e voz da mulher na literatura foram subjugadas pelo universo masculino.
Exímia na arte de deambular pelas profundezas da mente humana, num tempo de mudança, marcado por duas grandes guerras mundiais, Woolf debruçou-se sobre a ausência da mulher no mundo da escrita, explicando-o de forma muito simples: «para se dedicar à escrita, uma mulher tem de ter dinheiro e um quarto só seu.» Toda a conjuntura política, económica e social não era favorável à formação de mulheres livres, que se conseguissem dedicar à leitura e à escrita. Por outro lado, a inexistência de uma tradição de escrita feminina, constituía uma barreira adicional alicerçada no preconceito da desigualdade. Era imperativo criar condições que formassem leitoras, autoras e pensadoras e é este caminho que tem vindo a ser desbravado rumo a uma igualdade entre as vozes femininas e masculinas.
Aquando da escolha dos autores que integram a exposição What Makes a Nobel?, fruto da parceria entre a Livraria Lello e a Time, foram eleitos cem autores que, apesar de já não poderem ser reconhecidos pela Academia Sueca, devem estar entre os mestres da literatura universal, que não podemos deixar de ler antes de morrer. Entre estes autores, as vozes femininas, que abriram caminho à afirmação da mulher na literatura, tornam-se ainda mais relevantes.
É no primeiro piso da Livraria Lello que podemos encontrar o legado precioso destas autoras, que tornam possível a existência autêntica da mulher na literatura, muitas delas referidas por Virginia Woolf na sua palestra, como Jane Austen e as irmãs Brontë, e tantas outras influenciadas por este sonho de igualdade, como Agatha Christie, Simone de Beauvoir, Daphne du Maurier, Iris Murdoch, Clarice Lispector ou Sylvia Plath.
Salvo raras exceções, a presença da mulher na literatura foi, maioritariamente, moldada pela visão e linguagem do homem. Musas, mães, irmãs, amantes, peças decorativas, símbolos emotivos de virtude, mas também de perversão e fraqueza, estas personagens e referências que povoam as páginas mais lidas de sempre «serviam de espelho mágico, com o poder tentador de refletir a figura do homem com o dobro do seu tamanho». Estas palavras de Virginia Woolf, proferidas numa palestra sobre o papel da mulher na literatura, trazem à luz uma evidência inegável: a imagem e voz da mulher na literatura foram subjugadas pelo universo masculino.
Exímia na arte de deambular pelas profundezas da mente humana, num tempo de mudança, marcado por duas grandes guerras mundiais, Woolf debruçou-se sobre a ausência da mulher no mundo da escrita, explicando-o de forma muito simples: «para se dedicar à escrita, uma mulher tem de ter dinheiro e um quarto só seu.» Toda a conjuntura política, económica e social não era favorável à formação de mulheres livres, que se conseguissem dedicar à leitura e à escrita. Por outro lado, a inexistência de uma tradição de escrita feminina, constituía uma barreira adicional alicerçada no preconceito da desigualdade. Era imperativo criar condições que formassem leitoras, autoras e pensadoras e é este caminho que tem vindo a ser desbravado rumo a uma igualdade entre as vozes femininas e masculinas.
Aquando da escolha dos autores que integram a exposição What Makes a Nobel?, fruto da parceria entre a Livraria Lello e a Time, foram eleitos cem autores que, apesar de já não poderem ser reconhecidos pela Academia Sueca, devem estar entre os mestres da literatura universal, que não podemos deixar de ler antes de morrer. Entre estes autores, as vozes femininas, que abriram caminho à afirmação da mulher na literatura, tornam-se ainda mais relevantes.
É no primeiro piso da Livraria Lello que podemos encontrar o legado precioso destas autoras, que tornam possível a existência autêntica da mulher na literatura, muitas delas referidas por Virginia Woolf na sua palestra, como Jane Austen e as irmãs Brontë, e tantas outras influenciadas por este sonho de igualdade, como Agatha Christie, Simone de Beauvoir, Daphne du Maurier, Iris Murdoch, Clarice Lispector ou Sylvia Plath.
SOBRE A AUTORA:
Sara Lutas é uma jovem editora, responsável pela publicação de títulos infantojuvenis, obras literárias aclamadas internacionalmente e novos autores portugueses. Formada em filosofia, foi a paixão pelos livros que a aproximou do mundo editorial e a trouxe até à Livraria Lello, onde trabalha desde 2019.